Procurar Notícia


Casos de derrame aumentam entre jovens

A aposentada Tânia Maria Barros, 52, aos 36 anos sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. Enquanto se preparava para ir a uma festa, Tânia desmaiou e só veio acordar depois de 30 dias. "Quando saí do hospital, os médicos falaram que era um quadro irreversível", lembra. O AVC está deixando de ser um mal prevalente entre idosos e vem atingindo pessoas mais jovens. Levantamento realizado pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) identificou que o total de vítimas subiu de 25% para 32% numa faixa inferior a 30 anos. A neurologista da UFPR, Viviane Zétola, explica que a pesquisa identificou a prevalência do sedentarismo entre jovens que sofreram um AVC."Estamos realizando este estudo há algum tempo e observamos um significado aumento da doença em jovens. Isso tem nos deixado muito preocupados. Sabemos que o AVC normalmente se apresenta na terceira idade, a partir dos 60 anos", disse. Os jovens que sofreram o acidente vascular cerebral estavam na faixa etária de 18 a 49 anos. Recuperação - Tânia Maria Barros, que ficou um mês em coma profundo, conta como se recuperou do derrame: "A minha família teve um papel fundamental para a minha recuperação e me estimulava a não ter pena de mim mesma", avalia. continuar lendo...
Ela acrescenta que o trabalho voluntário também contribuiu bastante. "Hoje, faço curso de teatro duas vezes por semana e acredito que as pessoas devem lutar pela sua recuperação para voltar a ser pessoas normais", enfatiza. Ainda em recuperação, o pedreiro Florisvaldo da Silva, 50 anos, sofreu um AVC aos 47. Ele acredita que um dos motivos da doença foi a bebida e o cigarro. "Bebia muito e fumava de vez enquanto, não sentia mais que uma dor de cabeça. Minha família não acreditava que eu iria sair dessa", conta Florisvaldo, ressaltando que está impossibilitado de trabalhar por conta do AVC. Prevenção - Especialistas alertam que a maneira mais indicada para se prevenir de um acidente vascular cerebral é fugindo dos fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, drogas e sedentarismo. O AVC é uma lesão vascular cerebral que ocorre devido a um fechamento ou ruptura de um vaso, mas comumente uma artéria. A neurologista Viviane Zétola fala sobre os sintomas que identificam que a pessoa poderá sofrer do mal. "Os sinais são súbitos: perda da fala, do equilíbrio, da visão e da capacidade de mover ou sentir um lado do corpo", disse. O presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia - Instituto do Cérebro - e professor da Famed/Ufba, o neurologista Antônio Andrade Filho, realizou pesquisa que detectou as principais causas: "Fizemos uma pesquisa com 440 pacientes dos bairros Ondina, Graça, Barra e Rio Vermelho e detectamos que os principais fatores da AVC no idoso são hipertensão, diabetes e sedentarismo. Já nos jovens, as drogas, anticoncepcionais e a anemia falciforme são os principais". O neurologista indica ainda como se prevenir: "Combater a hipertensão, hidratação do corpo, ter uma boa alimentação e realizar atividades físicas são algumas maneiras de prevenir um AVC". Se por um lado o número de casos entre jovens tem crescido, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) identifica uma redução no número de óbitos por AVC. Em 2011 foram registradas 3.705 mortes. Já em 2012 o número caiu para 3.208. Apesar da redução, a Sesab regista um aumento da doença no Estado entre pessoas com menos de 50 anos. Dados do Ministério da Saúde indicam que houve uma redução de 32% na taxa de mortalidade por AVC entre pessoas com até 70 anos no País. Em 10 anos, a taxa caiu de 27,3% para 18,4% mortes para cada 100 mil habitantes.

©Site fundado: 09/10/2008 - Por: *Valter Egí - Todos direitos reservados à Jacobina News*